sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Honoráveis bandidos recupera como Sarney virou o coronel do MA


Honoráveis bandidos, obra assinada pelo paraense Palmério Dória deveria ser leitura obrigatória nas escolas de nível médio do Maranhão. A li num único fôlego. Lançada em 2009 pela Geração Editorial, a obra faz um mergulho no mar de lama em que o político de maior expressão no estado, Sarney, construiu a sua reputação como coronel. 

Com um texto rápido e cheio de sarcasmo, Dória vai tecendo cada ponto da colcha que compõe os passos e laços nada escrupulosos do mandatário do estado que coleciona os mais delicados indicadores de pobreza do país. 

Pobreza que não alcança a sua parentela e apadrinhados em diferentes escalas e níveis.  Fernando, um dos filhos, é o centro de gravidade de negociatas que ajudam na oxigenação da saúde financeira do grupo que domina vários meios de comunicação, hotéis e outras empresas. 

Não é de hoje, por exemplo, que a família elegeu como estratégico o controle dos assentos estratégicos no setor de energia. José Antonio Muniz Lopes, hoje na Eletrobrás, relembra Dória, foi antes cacique da Eletronorte. Ficou imortalizado não pela competência, mas, por ter sido alvo do facão da índia Tuíra na década de 90, num debate no Pará sobre a hidrelétrica de Belo Monte (na época Kakaraô). 

Por conta da frente que elegeu Lula e Dilma, as aves de rapinas que flutuam em torno do poder desde a ditadura ainda sobrevivem. Lobão é um ás nessa arte. O apadrinhado de Sarney é tido como um cão fiel. 

Ele é hoje o chefe do Ministério das Minas e Energia. O setor mobiliza muita grana e mantém contatos com um setor que costuma ser um financiador decisivo em campanhas eleitorais, as empreiteiras.  

Para compor o livro Dória coletou documentos, matérias na imprensa e ouviu pesquisadores e personagens do Maranhão. O mesmo jornalista assina outro livro sobre a mesma família, a candidata que virou picolé, editora Casa Amarela. 

O livro recupera como a candidatura a presidência da República da filha do coronel, Roseana, se esvaiu após o escândalo da Lunus, uma das empresas da família. A PF encontrou perto de um milhão de reais que seriam empregados na campanha.

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